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The Fosters: mais que entretenimento

Estefani Panaino

Conheça a série que ressignifica “família” e discute problemas sociais

 

A série retrata o cotidiano da família Fosters e a adoção de Callie, uma das filhas do casal. O elemento que torna “The Fosters” especial é a forma como desenvolvem-se discussões de questões sociais a partir dos personagens. Cada pessoa que forma a trama recebeu uma história com profundidade, que nos permite detectar fragilidades inerentes à sociedade.


Para entender a narrativa esqueça todas as construções familiares tradicionais. Os Fosters têm como responsáveis Lena e Stef, um casal interracial de lésbicas que possui quatro filhos adotivos e um biológico por parte de um antigo casamento de Stefanie.


Filhos de Stef e Lena (Brandon, Callie, Mariana, Jude, Jesus). Foto: Reprodução/Séries por Elas


A produção da série não poupou a família de problemas, não romantizando núcleos não tradicionais, o que torna o enredo realista. De maneira ampla, os Fosters se destacam por pautar seus conflitos em um diálogo equilibrado, amparar seus membros e acolhê-los, uma característica nítida pela diversidade de origem entre os filhos.


Partindo para análise mais específica pelas mães, Lena e Stef enfrentam firmemente os olhares estranhos e constroem uma família admirável. Como qualquer representação de casal elas tem suas desavenças de valores, mas não deixam a desejar como responsáveis pelas crianças. Na série as personagens não são sexualizadas para o agrado de um público masculino, suas relações íntimas são tratadas com seriedade, realismo e respeito.


Stef e Lena. Foto: Reprodução/Pinterest


Em “The Fosters” nada é velado, a diferença racial entre as duas mães interfere suas histórias individuais. Durante a série, Lena, que é filha de um casal interracial, conta sobre o racismo que sofre como negra com a ascendência de um pai branco. Além de ter repertório para compreender os preconceitos dos quais a filha latina, Mariana, é alvo.


Callie, a protagonista que dá início aos conflitos que desenvolvem a narrativa, tem uma trajetória difícil até conhecer sua família adotiva. Logo no primeiro episódio, a adolescente completa seus dias em um reformatório. A principal crítica que se estende dela é relativa à deficiência do sistema de adoção.


Dia da adoção de Callie. Foto: Reprodução/The Hollywood Reporter


No período em que passou no reformatório foi separada de seu irmão mais novo, Jude. Cada casa onde ela morou desde que se tornou órfã a trouxe um trauma diferente e tirou seu direito de viver como outro adolescente, precisou desenvolver um cuidado pelo caçula e crescer de forma precoce. Teve afeto e estabilidade ceifada por um sistema falho.


Girls United


Além de Callie, outras garotas são representadas na série criticando o sistema de adoção. Mesmo depois de começar a morar com os Fosters, um conflito dentro da família faz com que um assistente social a envie para uma casa com um grupo de meninas em situação semelhante à dela.


De primeira, o Girls United causou estranhamento na garota, mas com a curta convivência todas perceberam que era necessário apoio entre si. Por meio desse grupo, a série nos apresenta garotas que, além de órfãs e presas àquele sistema, também são usuárias de drogas e passaram por situações ainda piores que Callie.


Membros do Girls United. Foto: Reprodução/Pinterest


Daphne e Cole foram duas pessoas marcantes no grupo. Daphne costumava ter uma postura violenta no reformatório que havia passado, mas sua estadia no Girls United fez com que aprendesse sobre convivência e perdão. Seu objetivo é conseguir resgatar sua filha, a qual foi afastada. A vida nunca pegou leve com a personagem, além de possuir um histórico que agrada a poucos, o fato de ser negra dobra seus obstáculos.


Personagem Daphne. Foto: Reprodução/IMDb


Cole faz com que voltemos nossa reflexão às questões LGBT+. Apesar de ter sido mandado para um grupo de meninas e ter nascido como uma, Cole não se identifica com seu gênero de nascimento, e atente por “ele”. O descaso do sistema com sua escolha faz com que ele sofra sem ter acesso às suas pílulas hormonais e seja tratado como uma garota.


Personagem Cole. Foto: Reprodução/The Fosters Wiki


No decorrer das cinco temporadas, assuntos como prostituição, importância da educação, descoberta da sexualidade, armamento civil, consequências do machismo, imigração ilegal, paternidade, depressão e suicídio são discutidos por meio dos diálogos das personagens e rumos da narrativa. A união de todos esses elementos tornou “The Fosters” uma série que desconstrói preconceitos e descobre as feridas abertas da sociedade.


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