Prazer, vulva!
A importância da masturbação e anatomia clitoriana
Historicamente as mulheres são reprimidas quando o tema é conhecer seu próprio corpo. Por anos isso impediu que as mulheres explorassem sua sexualidade e tivessem conhecimento das suas zonas erógenas, principalmente do clitóris, um órgão que tem como sua única função gerar prazer. Essa conjuntura fez com que a masturbação feminina se torna um tabu até hoje, contudo, essa ideia vem sendo desconstruída e encarada com naturalidade.
Apesar de muitas mulheres ainda terem repulsa à ideia de se tocar, é importante saber que a masturbação é essencial para o autoconhecimento, melhora da autoestima e bem estar. Além do mais, conhecer o próprio corpo e entender o que lhe proporciona prazer são descobertas que também podem ser levadas para a relação sexual com intuito de melhorá-las.
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Segundo a ginecologista Sheila Sedicias do site Tua Saúde, a masturbação traz benefícios à saúde como o alívio de estresse, melhora de libido, prevenção de incontinência (perda involuntária da urina pela uretra) e em alguns casos pode diminuir a intensidade das cólicas menstruais.
A masturbação
O corpo feminino é totalmente sensitivo, assim é possível explorar todas as extremidades e descobrir o que causa prazer. Apesar de várias lugares do corpo gerarem prazer, a vulva é o principal zona erógena que pode ser estimulada, por isso é válido observá-la. O uso do espelho é um aliado para começar abrir a mente às novas possibilidades de sentir prazer e perceber as mudanças que ocorrem no corpo ao estimular locais de maior densidade de prazer.
A glande clitoriana quando está ereta fica mais sensível e pode ser estimulada com dedilhadas de diferentes formas. Uma indicação para explorar o clitóris e aumentar o prazer é usar o dedo indicador e médio para pressionar levemente o clitóris e deslizar os dedos sobre ele de cima pra baixo e vice versa, em velocidades diferentes, que variam de acordo com a intensidade que cada mulher se sente mais excitada.
O uso de vibradores e brinquedos sexuais também são uma opção para elevar a masturbação. Existe uma grande variedade de tipos de vibradores com formatos, tamanhos, texturas e potências vibratórias diversificados, além de alguns vibradores ter função específica para estimular o clitóris e o ponto G. Os vibradores mais indicados são os menores e mais potentes, chamamos de bullet ou cápsula, que podem ser usados com frequência para estimular o clitóris.
Estrutura da vulva e do clitóris
A maioria das pessoas acreditam que a vagina da mulher é sua zona de maior densidade de prazer, mas na verdade ela é apenas o canal de acesso ao colo do útero e por isso dificilmente as mulheres chegam a orgasmos por meio da penetração. É na parte externa da genital feminina, na vulva, formada pelos grandes lábios, pequenos lábios, glândulas e o clitóris, que está a região sensível que deve ser estimulada.
Anatomia da vagina e vulva. Ilustrações: Mãe Solo
O clitóris é um órgão feminino exclusivamente responsável pelo prazer, sendo ele interno e externo, ele tem 8 mil terminações nervosas, 4 mil a mais que a glande do pênis. A sua parte visível que popularmente é chamada de “botãozinho” é a glande clitoriana, que se localiza no encontro dos pequenos lábios, acima da uretra. A maior parte é interna constituída pelos crus que são corpos cavernosos que formam o corpo do clitóris e os bulbos de vestíbulo, que são tecidos eréteis.
Quando uma mulher fica excitada, a glande clitoriana fica ereta, esse fenômeno ocorre porque o clitóris é formado por tecido erétil e quando estimulado o fluxo sanguíneo aumenta nos bulbos, gerando uma pulsação que permite ter mais sensibilidade em toda genital, por isso que a maior parte das mulheres só chegam a orgasmos e ejaculam com o estímulo do clitóris. O ponto G é outra fonte de prazer, que fica entre as terminações nervosas do clitóris na entrada da vagina, quando explorado ele é localizado na parte superior em uma zona rugosa.
Orgasmo e ejaculação
O orgasmo ocorre depois do ápice da tensão sexual e aparece como uma espécie de descarga libidinal, que causa uma sensação de relaxamento e realização. De acordo com a psiquiatra Carmita Abdo, em uma entrevista para Exame, o orgasmo dura entre 5 e 15 segundos. Nem sempre o orgasmo é acompanhado simultaneamente da ejaculação, ambas podem acontecer em momentos distintos.
A ejaculação feminina é produzida pelas glândulas de Skene, trata-se de um líquido transparente e inodoro que as mulheres expelem em grande quantidade no ápice do prazer, que ajuda no resfriamento e relaxamento do corpo feminino, segundo Carmita isso acontece quando a mulher está muito excitada.
Esse líquido é expelido pela uretra e glândulas de Skene, não pelo canal vaginal, por isso algumas mulheres ao ejacular pela primeira vez acham que estão urinando e repelem a ejaculação posteriormente, mas é completamente normal e saudável. Apesar da mitificação em torno da ejaculação feminina, todas as mulheres são capazes de ejacular. A lubrificação feminina não tem nenhuma relação com a ejaculação, já que trata-se de um líquido lubrificante produzido pelas glândulas de bartholin, que tem como função lubrificar a genital feminina e diminuir o atrito ao toque.