Poder das rimas
Empoderamento feminino por meio do rap de Karol Conka
Diante de tantos padrões de beleza, temos mulheres que quebram esse paradigma. Karol Conka está entre elas, nos trazendo músicas cheias de empoderamento feminino e força a movimentos sociais. Vem sendo inspiração para muitas mulheres negras, que não se sentem representadas pelos estereótipos.
Hoje, aos 30 anos de idade, é rapper, cantora, compositora, produtora, atriz, modelo e apresentadora do programa “Superbonita” no GNT, além de ser considerada um dos grandes nomes do rap e do movimento feminista no Brasil.
Karol Conka. Foto: Reprodução/UOL
Karoline dos Santos Oliveira, criada por uma família simples em Curitiba, agora é mais conhecida como Karol Conka. Ainda criança, já escrevia canções, mas só aos 16 anos, após ganhar um concurso escolar de rapper, que decidiu seguir carreira. Em 2011 lançou seu primeiro EP chamado “Promo”, e desde então não parou mais.
Por ser natural do sul do país, onde há um índice menor de habitantes negros, o preconceito se torna maior. Ela conta ter sofrido bullying desde a infância, até mesmo por parte de professoras. Em uma participação feita no programa "Saia Justa", do GNT, comentou: “a professora falava que nasci amaldiçoada porque sou negra... Ela me chamava de galinha da Angola, e não foi só uma professora, foram várias”.
A principal referência para sua arte é a própria vida. Por ter sofrido muito com a discriminação, Karol conta na exibição do GNT o papel fundamental que seus pais tiveram para se reerguer: “minha mãe e meu pai me colocaram num pedestal a partir do momento que eles viram que tinha um problema dentro de casa, uma criança de sete ou oito anos se molhando num balde com água sanitária para descolorir a pele”. A discussão vai além quando paramos para pensar nos traumas que negros sofrem com o racismo.
Apresentação de Karol Conka no programa "Superbonita". Foto por: Juliana Chalita, via GNT
Na mesma edição do programa “Saia Justa” ela falou sobre a referência que se tornou. “Eu me lembro quando fui cantar no Rio de Janeiro, no viaduto de Madureira em 2013, e eu saí do palco chorando, porque havia muitas meninas lindas e elas falavam ‘graças a você eu me sinto linda’”.
A importância social de Karol Conka parte da admiração que tem ganhado de meninas por trazer em seu rap conteúdos que representam e empoderam mulheres. Seu sucesso vai além do resultado de uma produção de qualidade, também significa visibilidade para a mulher negra e o combate a estereótipos.