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Todos merecem respeito

Caroline Almeida

A voz da representatividade drag ​queen​ brasileira

 

Pabllo Vittar. Provavelmente você já escutou esse nome ou viu seu rosto na televisão e na timeline das redes sociais. Ela ficou mais conhecida pelo hit “Todo Dia” do carnaval de 2017, música de seu EP “Vai Passar Mal”, mas talvez você não saiba a força e importância que ela traz como cantora drag queen brasileira, performada por um artista gay.


Iniciou sua carreira musical cantando em festas de família e apresentações de escola. Maranhense, nascido em São Luís, aos 16 anos resolveu frequentar casas de shows e se arriscar em audições, época em que começou a se apresentar por pequenos cachês. O interesse em usar roupas femininas não foi repentino, pouco depois que iniciou as apresentações Pabllo se vestia como mulher para os shows, mas foi só aos 17 que se montou pela primeira vez.


Mostrando toda sua sensualidade e poder ao estar montada. Foto: Reprodução/Instagram

Por ser gay e drag, tem representado tanto o universo performático, quanto a causa LGBTQI. Muitas pessoas questionam o nome artístico usado por ele, perguntam-se o porquê de não mudar para um feminino quando montado. Em algumas entrevistas concedidas, explicou que gosta do seu nome e de ser chamado de Pabllo, e não mudaria, pois acha que não passaria a verdade em sua arte, e com isso as pessoas o veem transparente e se aproximam.


Em sua trajetória antes da fama, passou por casos de bullying durante a adolescência quando se assumiu gay aos 15 anos, em uma entrevista para o UOL na Trip TV comentou sobre o assunto. “No ensino fundamental foi bem difícil, eu sofri muito, porque as pessoas não entendiam o rolê do gay, de gênero, que não era uma coisa discutida na escola”. Ainda hoje dentro das escolas, que costumam adotar um posicionamento conservador, não há espaço para discutir assuntos como gênero e sexualidade, que são significativos para alunos que estão no processo de autoaceitação, devem ser abordados e contribuir com a formação tanto do cidadão LGBTQI, como dos demais que são heterossexuais, para que a discriminação seja combatida.


“Menino e Gay”. Foto: Reprodução/Instagram

Pabllo como drag queen brasileira que conquistou sua posição no mundo da música, tem aberto espaço para que transformistas tenham seu lugar na sociedade, já que são discriminados por se vestirem de mulher. A cantora com seu empoderamento afirma: “sou afeminada com muito orgulho, sou gay sim, sou viado e sou feliz”. Por ela ser homossexual acabamos caindo no discurso de que todos os artistas que se transvestem fazem parte da população “T”, transexuais e travestis, mas na realidade suas performances têm finalidade artística, e isto independe da sua sexualidade.


Infográfico: “Sexualidade e gênero”. Foto: Reprodução/G1

“Uma drag estar ocupando esse lugar é muito importante,​ é muito revolucionário no sentido de dar a cara a tapa. São as ‘bis’ afeminadas que estão na posição de frente, que são apontadas, que levam lâmpada na cara. A gente tem que apoiar mesmo e levantar essa bandeira. Se hoje estou dando uma entrevista montada de drag, é porque muita gente morreu e sofreu preconceito para que eu ocupasse esse espaço, isso é fato”. A artista tem ganhado admiradores e popularidade entre os jovens da comunidade LGBTQI, e reconhece a importância do lugar em que chegou para a visibilidade das minorias.

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