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Uma trans para a História

Estefani Panaino

Trajetória da primeira transexual a realizar a mudança de sexo

 

A chegada de Lili Elbe fez árvores florescerem, relações se abalarem e revoluções surgirem. Fina e corajosa, ela foi inspirada na realidade da primeira transgênero do mundo a fazer a cirurgia de redesignação sexual. “A Garota Dinamarquesa”, dirigido por Tom Hooper, conta uma releitura da vida da mulher que entrou para a história da resistência trans. Lili nasceu em um corpo masculino e recebeu o nome Einar. Mais tarde casou-se com Gerda, juntos formavam um casal de pintores, que desfrutavam de sua amizade e companheirismo. O filme narra a trajetória do descobrimento da transexualidade e da parceria entre essas duas personagens.


Gerda e Lili. Foto: Reprodução/Campo Grande News


Einar percebe que tem uma ligação com o gênero feminino quando sua esposa pede a ele que vista roupas de bailarina para que ela pudesse finalizar uma tela. A partir desse momento, a figura de Lili vem à tona e transforma sua ligação com Gerda.


“Acredito que eu seja uma mulher por dentro.” ― Lili em “A Garota Dinamarquesa”.

Descobrir-se como mulher não aniquilou o carinho de ambas, Gerda passa a ser um grande apoio para Lili. Um alicerce necessário, pois apenas se cobrir com vestidos não era suficiente, a personagem começa a desejar mudanças definitivas no corpo. É nesse momento que o filme retrata a violência contra transexuais nos anos de 1920, a ignorância médica não só interpreta o caso como homossexualidade, mais do que isso, encara a transgênero como louca e desequilibrada.


Ao mesmo tempo que Lili floresce, Gerda está enfrentando as críticas ao seu trabalho e busca valorização. Ela se mostra uma mulher forte e empoderada ao identificar a existência da predefinição de papéis de gênero na sociedade e a influência disso no seu reconhecimento profissional.


Em preto e branco, imagens de Einar e Lili da vida real. À direita, Lili da ficção. Foto: Reprodução/Editora Rocco


Apesar da ambientação do século passado, as temáticas do longa são contemporâneas. As conquistas da população trans acontecem a lentos passos, a mais atual ocorreu ainda nesta semana no país, quando foi decidido que transexuais sem redesignação genital poderiam oficializar o chamado “nome social”. De forma sensível, “A Garota Dinamarquesa” traz visibilidade transgênero e coloca em pauta a vivência da mulher, seja trans, a partir de Lili, seja cis, a partir de Gerda, dentro de perspectivas conservadoras. Ao leitor, resta emocionar-se com os dramas e evoluções dessas duas mulheres fantásticas.


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