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Valorização da identidade de gênero

Estefani Panaino

Produção brasileira que dá voz a transgêneros e não-binários

 

Os olhares curiosos ou intolerantes não fazem cerimônia quando se trata de uma pessoa não-binária ou transgênero, grupos sociais que se deparam com esse tipo de situação todos os dias por viverem em uma sociedade em que são invisibilizados e alvos de preconceito. O programa de TV “Liberdade de Gênero”, produzido pela GNT, apresenta-nos a pessoas trans e suas vivências.


A produção brasileira tem estilo de documentário, a cada episódio uma história ganha visibilidade por meio de entrevistas com transgêneros. Os planos revezam entre imagens distantes e aproximadas e o cenário é a própria casa do entrevistado, detalhes que tornam possível estabelecer uma sensação de intimidade com quem assiste, seja para se informar, no caso dos cis, seja para se identificar, no caso das trans e não-binárias.


Cartunista Laerte, uma referência para transgêneros. Foto: Reprodução/Sala7design


A narrativa dos episódios conta com os relatos do entrevistado sobre seu processo de descoberta, valores, referências, relação com a família e trabalho, e traz entrevistas com familiares e amigos. Algumas das personalidades que compartilharam suas histórias marcaram o programa por serem mais populares na mídia, como foi o caso de Amanda, youtuber conhecida como “Mandy Candy”, Liniker, cantora e a voz da abertura de “Liberdade de Gênero”, Carol Marra, ex-modelo, atriz e jornalista, e Márcia Rocha, a primeira advogada transgênero a utilizar oficialmente seu nome social.



Além da questão de gênero, os entrevistados trazem outros recortes sociais. O episódio de Liniker é um dos mais representativos do programa, a artista não-binária soma a questão de classe e raça à sua luta. Por conta de seu contexto social, a aceitação da mãe logo se manifesta, pois sabe que a filha é alvo de preconceito em diversas esferas e precisa de apoio. “Minha mãe diz assim: (...) Só eu e Liniker sabemos o que passamos na vida e o quanto a gente precisa se apoiar”.


Liniker. Foto: Reprodução/IG

Márcia passou a assumir seu gênero por volta dos 40 anos, e atribui esse reconhecimento público tardio a falta de informação na sua época de adolescente, em especial durante o período da Ditadura Militar, que culminou a criação de estereótipos e intolerância acerca da transgeneridade. Produções como “Liberdade de Gênero” contribuem para a valorização dessas minorias sociais e para a transmissão de conhecimento no âmbito da identidade de gênero, tornando-se uma maneira de combater intolerância e violência.

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