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Estefani Panaino

Autoconhecimento e ancestralidade

A jornada em busca da cultura esquecida

 

Ficha Técnica:

Título: Atabaque Nzinga

Direção: Octávio Bezerra

Gênero: Documentário Musical; Drama

Data de lançamento: 24 de novembro de 2006

A música é o caminho instantâneo de acesso à alma, ela sensibiliza e motiva, pode envolver seus sentidos e despertar sua essência. Foi o som do atabaque, instrumento de percussão considerado sagrado, utilizado em rituais religiosos de origem africana, que de forma simbólica, conduziu Ana a um processo de descobrimento de sua ancestralidade. O filme adota o gênero musical por ter sido aquela batida o impulso precursor para o desenvolvimento da personagem.


Como ela mesma revela, é filha de “Ventre Livre”, uma lei abolicionista promulgada em 1871 que considerava livre os filhos de escravas que nascessem a partir daquele ano. A personagem interpretada por Taís Araújo embarca em uma jornada em busca da própria identidade. É através de um jogo de búzios, alicerce de toda a narrativa, que Ana decide fazer uma viagem para conhecer sua cultura e as formas como ela se manifesta no Brasil.


Nzinga (1582-1663) foi rainha da Angola e guerrilheira, é uma figura famosa por sua força e estratégia de guerra. No filme, o jogo de búzios mostra que a rainha era a ancestral de Ana, portanto protetora e guia do seu destino.


Rainha Nzinga. Foto: Reprodução/Geledés


Ana ser representada por Taís Araújo carrega duas simbologias, a primeira é de que a personagem é filha de uma escrava com um europeu, portanto ela não tem a pele tão escura quanto a de um africano, assim como 45% da população brasileira, trazendo identificação com o público e transmitindo a mensagem sobre a importância do autoconhecimento e busca da ancestralidade negra.


A segunda é muito ligada a primeira, no Brasil termos como “pardo” e “mulato” são usados para adjetivar uma pessoa negra de pele clara, como é Taís Araújo. O filme rompe com esse preconceito, porque a personagem não deixa de se identificar como negra ou ser aceita dentro dos movimentos negros por ser negra de pele clara.


“Atabaque Nzinga” não é um filme popular, mas carrega mensagens para todo o público. Sem muitas indicações e resenhas pela web ele cai no esquecimento junto com a valorização da cultura afro-brasileira e exemplos de combate ao racismo.


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