A luta veste rosa: com amor, Sheyla
Episódio 2: o relato de quem encontrou no câncer uma chance de renascer
Sheyla Beneditto renasceu após seu aniversário de 26 anos, quando o câncer de mama foi descoberto através do autoexame, que consiste em exames aconselhados para mulheres com idade inferior a 40 anos, para que elas conheçam bem o próprio corpo e possam perceber facilmente qualquer possível alteração nas mamas.
Diagnosticada em abril de 2017, Sheyla não se encontra nas estatísticas - a faixa etária de maior incidência do câncer de mama é entre 50 e 69 anos e é relativamente raro antes dos 35 anos, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
De coração e mente aberta, Sheyla iniciou seu tratamento na segunda semana de outubro. "Ainda há um longo percurso pela frente, pois meu tratamento foi determinado por 4 quimioterapias vermelhas e 12 brancas, isso resulta em cerca de 6 meses. A previsão é que eu a termine em maio do ano que vem e faça minha primeira cirurgia de reconstrução mamária em junho".
A maneira como ela leva a situação em que está passando não é comum, por ser esperado que pessoas que passam por uma doença como o câncer não aceitem e o enxerguem como algo negativo. "Passei por uma metamorfose desde que descobri o câncer, eu era uma pessoa fria, que não me interessava e nem queria fazer nada. Agora eu quero estar presente, estar com meus amigos e família, eu quero viver!".
"Eu sinto que cada gota que vai do soro para minha veia é uma dose de vida nova que estou recebendo"
Sheyla relatou que reagiu à notícia do câncer como uma oportunidade de fazer tudo melhor em sua vida e que sua autoestima nunca esteve tão alta: "estou aprendendo a me amar e a amar as outras pessoas também. Nada é tão importante quanto estar viva, me sinto bonita mesmo sem um peito e preparada para perder meus cabelos. Estou pronta para qualquer desafio que a doença possa me propor".
Sua relação com a família e amigos foi uma redescoberta, eles estão participando efetivamente do tratamento, a apoiando e incentivando. "Eu não acreditava que tantas pessoas me amassem assim, era eu quem falhava com meus amigos e minha família, não eles. Eu me isolava e a doença me mostrou que não era esse o caminho certo".
"A vida está me dando a chance de ser a pessoa que eu sempre quis"
No dia que retirou o seio, Sheyla foi surpreendida pelo seu marido, que a pediu em casamento no hospital em frente a toda família, recebendo assim, a maior prova de carinho, amor e cumplicidade. "Existem mulheres que passam por isso sem nenhum suporte emocional ou até mesmo sem um convênio. Eu acredito que Deus me proporcionou a melhor estrutura para que eu passe por esse momento da melhor forma possível, eu definitivamente não posso reclamar".
Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
Olhar para a história de Sheyla é aprender sobre otimismo, força e resiliência. Ela encerra seu relato com uma mensagem para aquelas que hoje, vivenciam a mesma luta que ela: "não se deixe abater ou que a doença roube a vida de você. Por mais difícil que pareça, enxergue o lado bom das coisas. Acredite nos propósitos de Deus, você é capaz de passar por tudo isso, vencer e se tornar um exemplo para muitos. Não se iniba, não se sinta menos... Seja plena!".
Para saber mais sobre Sheyla, sua história, tratamento e maneira positiva de encarar o câncer de mama, acesse seu canal no YouTube Quimicamente Modificada.