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Som empoderador de Siamese

Estefani Panaino

O artista que tece músicas vibrantes com resistência negra e LGBTI

 

Na batida animada e na mistura de ritmos, Siamese agrega letras que retratam o cotidiano LGBTI. O cantor coloca em pauta discussões políticas e a necessidade da quebra de estereótipos. Resistência é a palavra-chave para ilustrar o artista, que em breve abordará novos discursos em sua música, como a realidade afro-brasileira.


Sua aptidão pela arte é antiga, antes das melodias surgirem, o paranaense já tinha o talento para a dança. Trabalhou como coreógrafo musical na cidade onde nasceu, Andirá, interior do Paraná. Mas seus olhos brilharam para a vontade de iniciar a jornada de uma carreira solo quando coreografou para o clipe “Tombei” de Karol Conka.


Foi em 2017, quando lançou o primeiro EP, “Som do Grave”, que Siamese nasceu para o universo musical. O CD, nutrido por cinco músicas, tem como principal temática o movimento LGBTI, além de também discutir a legalização da maconha, mas sem perder o ritmo vivo do pop eletrônico. Hoje, o álbum já conta com produções mais elaboradas, como o seu videoclipe.


Siamese. Foto: Victor Nascimento


A dança e a performance não podem passar em branco quando falamos de Siamese, seus clipes e apresentações são marcadas por um espetáculo em forma de coreografia. Além disso, o artista compõe o figurino com pinturas corporais. “Essas pinturas são feitas pelo meu amigo e parceiro Douglas Reder. Com elas eu busco resgatar minha ancestralidade, seria a maneira como o meu ‘eu’ afro e indígena se portariam na sociedade contemporânea”, conta Siamese em entrevista ao InCultura. 


“As letras têm bastante debate político de resistência da cultura LGBTI, a gente enfrenta diversos problemas no cotidiano, desde arrumar um emprego até sair na rua. Mas tenho buscado trazer novas temáticas. No meu próximo EP vou abordar a resistência de nós, afro-brasileiros.”

Siamese. Foto: Henrique Tavares e Douglas Reder

As temáticas polêmicas e que alfinetam comportamentos preconceituosos, somadas à carreira independente do artista, resultam em barreiras para alcançar mais público. “Acho que um grande obstáculo é o financeiro, como sou independente, eu tenho que viabilizar tudo.  O outro é ser de uma vertente que aborda a temática LGBTI, o preconceito é bem presente na sociedade, então é difícil divulgar meu som.”


Apesar da dificuldade de divulgação, Siamese vem conquistando seu espaço e, como um artista representativo, esteve presente em eventos que celebram e empoderam a pluralidade, como a 18° Parada da Diversidade LGBTI de Curitiba e a Marcha do Orgulho Crespo. Para o leitor que for passar o Carnaval de 2018 na capital do Paraná, o cantor será atração do “Bloco Fogosa”.

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