Carnaval para elas
Blocos de rua feitos por mulheres e para mulheres ganham cada vez mais visibilidade
As mulheres vêm lutando cada vez mais para conquistarem seus lugares em um mundo tão misógino e os efeitos são perceptíveis, inclusive nos blocos de rua do carnaval, uma época festiva, mas que também pode trazer consigo bandeiras de igualdade de gênero e respeito.
Não nos faltam exemplos de grandes nomes femininos que conduzem os foliões nessa época do ano, como Elza Soares, Daniela Mercury e a que é sinônimo de trio elétrico, Ivete Sangalo. Mas a novidade dos bloquinhos de rua feito por mulheres e para mulheres, é a inclusão de baterias compostas apenas por elas, e a criação de um ambiente livre de assédio.
Um dos blocos feministas mais famosos é o da instituição Ilú Obá de Min, que neste ano homenageou as mulheres quilombolas, em especial as negras mais velhas que lutaram pelos seus direitos de terra. O grupo faz apresentações em outras épocas do ano, sendo 300 mulheres apenas na bateria.
O Bloco Afro Ilú Obá de Min desfila no carnaval de rua paulistano enaltecendo a cultura e a mulher negras desde 2005. Foto: Reprodução/Facebook "Ilú Obá de Min"
Outro grupo de grande destaque no ano de 2016 foi o Bloco Pagu, em que duas amigas decidiram criar o bloco inspiradas na jornalista, escritora e militante Patrícia Galvão, que era conhecida como Pagu.
Fundado por Mariana Bastos e Thereza Menezes, o Bloco Pagu reuniu cerca de 4 mil pessoas em 2017. Foto por Julia Moraes, via Facebook "Bloco Pagu"
Já o Siga Bem Caminhoneira, é um bloco que busca a representatividade lésbica, que iniciou em 2016 e já trouxe um espaço de protagonismo do “L”, da sigla LGBT, que por vezes é menosprezado.
O Siga Bem Caminhoneira luta pela visibilidade lésbica e por um carnaval mais seguro para as mulheres. Acima, o primeiro desfile do bloquinho pelas ruas de São Paulo. Foto por Coletivo Amapoa, via Facebook "Siga Bem Caminhoneira"
Assim, o carnaval torna-se cada vez mais uma festividade inclusiva, com espaços e oportunidades para que todos se divirtam e continuem a levantar bandeiras de igualdade, com blocos que são símbolos de resistência feminina.