top of page

De filmes a manifestações

Estefani Panaino

Tudo o que você precisa saber sobre a noite do Oscar 2018

 

Foi-se o tempo em que discussões sociais passavam em branco nos grandes eventos. No último domingo (4), a premiação do Oscar consagrou excelentes filmes e atores que tiveram um papel importante na visibilidade de minorias em 2017. Mas será que todos puderam conhecer os longas? Quais foram os vencedores envolvidos em crimes contra as mulheres? Na categoria Melhor Filme Estrangeiro, uma temática inovadora, “Uma Mulher Fantástica”, dirigido por Sebastián Lelio, conta a história da mulher trans Marina, depois da morte do seu companheiro. A vitória do longa chileno aqueceu os corações daqueles que lutam pela causa transgênero. Daniela Vega, protagonista, foi a primeira transexual a apresentar os indicados do Oscar.


Daniela Vega na noite da premiação. Foto por Lucas Jackson, da Reuters, via Nexo Jornal


Entretanto, apesar da proposta representativa, o filme só foi lançado em cinemas alternativos, localizados no centro das cidades e em bairros nobres. Assim como uma longa lista de obras, “O Insulto”, sobre conflitos contemporâneos entre palestinos e libaneses; “Corra!”, uma trama de suspense e com protagonismo negro; e “Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi”, que carrega a discussão de privilégios e foi indicado a três categorias, também não foram popularizados no Brasil.


Jordan Peele, diretor de "Corra!", se tornou o primeiro negro premiado na categoria Melhor Roteiro Original. Foto por Chris Pizzello, da Associated Press (AP), via El País


“Me Chame Pelo Seu Nome”, o filme sobre o intenso romance entre dois jovens, Elio e Oliver, ganhou mais destaque pela internet em comparação com os demais filmes citados no texto. Um de seus pontos marcantes é naturalizar o fato de ambos configurarem um casal LGBT, em vez de tornar essa questão o cerne da obra. Na noite da premiação, venceu uma de suas três indicações. A história dos personagens deve ganhar continuação por volta de 2020.


Ao falar de Hollywood, devemos lembrar das polêmicas sobre assédio. Em protesto às ações de Harvey Weinstein, artistas plásticos construíram uma estátua do produtor vestido de pijama e sentado em um sofá, e a colocaram perto do local do evento. Em sua parte inferior lemos “Casting Couch”, que pode ser traduzido como “Teste do Sofá”.


Protesto contra Harvey Weinstein. Foto por Damian Dovarganes, da Associated Press (AP), via Estadão


Dois vencedores do Oscar 2018 foram acusados de violência contra a mulher, Gary Oldman e Kobe Bryant. O primeiro, foi denunciado por sua ex-esposa por violência doméstica. Já o segundo, recebeu uma acusação por estuprar uma funcionária de um hotel.


Bryant e Oldman no Oscar 2018. Foto por Mike Blake, da Reuters, via O Globo

Em contrapartida, houveram manifestações positivas na premiação, outros artistas usaram o espaço do evento para manifestar denúncias. Como Frances McDormand, que aproveitou o momento da entrega da sua estatueta de Melhor Atriz, e ressaltou a importância da representatividade e diversidade ao citar a Cláusula de Inclusão. O movimento Time's Up esteve presente na noite tanto em broches quanto em discursos, que protestaram contra o assédio e relembram as denúncias do ano anterior. O Oscar também exibiu um vídeo que apresentava minorias sociais falando a importância da visibilidade.


 Siga o INCULTURA: 
  • Curta nossa página no Facebook!
  • Siga nosso perfil no Instagram!
  • Siga-nos no Twitter!
 POSTS recentes: 
 procurar por TAGS: 
bottom of page