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Mulheres do FA

Estefani Panaino

Evento de futebol americano promove times femininos

 

No último domingo, o futebol americano abriu espaço para um time feminino. Foi no Canindé, no evento Lusa Storm Day, que as meninas do FA da Portuguesa estrearam após sete meses de preparação intensa. A equipe, que hoje conta com 38 jogadoras, passou por uma longa trajetória até chegar a sua primeira e vitoriosa partida. Falta de verba, incentivo e dificuldade em completar o grupo foram os principais desafios das garotas.


Abriram em maio deste ano uma arrecadação virtual para comprarem equipamentos de proteção e uniformes. Em entrevista, Sol, camisa 12 da Lusa, conta que o valor arrecadado não foi suficiente para todas as jogadoras, mas acabou sendo destinado para as meninas que não tinham como pagar pelos materiais. A maioria das atletas fizeram como Sol e investiram o próprio dinheiro.

Por ser um esporte de visual agressivo, pouco conhecido no Brasil, vinculado e predominado por jogadores masculinos, os times femininos são os que mais enfrentam obstáculos para encontrar treinadores. A jogadora de Flag (uma modalidade do FA) da Storm, Giane, que participou de um dos jogos do evento, acrescenta ainda que existem poucas técnicas mulher, e quando um homem assume um grupo de jogadoras, ele tem dificuldade em adaptar o esporte. “O corpo feminino e masculino são diferentes, a mecânica do jogo precisa mudar”.


Com seis anos de experiência, Giane também ressalta que técnicos homens não costumam ter compromisso com as jogadoras como teriam com um time masculino. A falta de valorização não ocorre somente na hora do treinamento, a atleta lembra de páginas de redes sociais que não reconhecem grandes mulheres do futebol americano. “Teve um ranking que rolou no Facebook, que classificava os melhores jogadores das partidas da semana, e deixaram de colocar a Lara (do Brasília Pilot), que tinha feito mais da metade dos touchdowns do jogo. (...) A jogadora precisa se destacar mais que o homem para ser reconhecida”.


Jogo de FA feminino da Lusa. Foto: Estefani Panaino


Por trás dos jogos, encontramos mulheres como Mel, que além de jogar da linha defensiva da Lusa, é coordenadora da modalidade de FA feminino da Portuguesa e diretora comercial do clube. Ela afirma a existência do preconceito enfrentado pelas atletas e a disparidade entre o espaço dos homens e das mulheres no esporte, mas acredita na qualidade e capacidade do seu time. As meninas da Lusa já têm planos para 2019, pretendem disputar o campeonato paulista e o brasileiro.


Eventos como o Lusa Storm Day, que trouxe diversas partidas de FA, inclusive de times femininos, auxiliam na visibilidade das atletas. Para a coordenadora, o amistoso do fim de semana conquistou o respeito da imprensa, dos atletas e principalmente dos torcedores. “A gente veio mostrar que as mulheres estão preparadas para jogar futebol americano”, completa Mel.


Participação: Caroline Almeida

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