As marchas lideradas por King que mudaram a história
“Selma: uma luta pela igualdade” eterniza a conquista do voto da população afro-americana
A cinebiografia “Selma: uma luta pela igualdade” (2014), dirigida por Ava DuVernay, retrata a história real das marchas realizadas por Martin Luther King e ativistas pacifistas em 1965, que foram fundamentais para a conquista do direito ao voto da população afro-americana. O longa recebeu duas indicações ao Oscar, ganhou o prêmio NAACP Image Award de Melhor Filme e o BET Award: Melhor Filme, ambos em 2015.
O filme é ambientado na cidade de Selma no interior do Alabama, onde a trama se desenvolve em torno das marchas após uma série de atentados racistas na cidade, que estavam sendo ignorados pelo governo. Também mostra o conflito político entre o presidente da época, Lyndon Baines Johnson, e Martin, que tenta convencê-lo a eliminar as restrições ao voto da população preta, já que mesmo após o fim da segregação nos Estados Unidos e a conquista de alguns direitos da população negra, ainda havia uma forte resistência dos funcionários dos cartórios eleitorais para registrar eleitores negros, principalmente no sul do país.
Martin Luther King, era pastor e ativista politico, que teve papel fundamental para o fim da segregação nos Estados Unidos. Foto: Reprodução/IstoÉ
O longa causa comoção e empatia ao mostrar a repressão sofrida pelos militantes e a oposição violenta da polícia local, xerife e o governador do Alabama, George Wallace. King dispõe das brechas dos opositores para colocar em prática suas estratégias para levar os embates às páginas de jornais.
O estopim das marchas acontece após a morte de um jovem ativista, que os levam a dar início a primeira marcha de Selma até a capital do estado Montgomery, evento que ficou marcado como o Domingo Sangrento. Por meio do discurso convincente de King, a segunda marcha ganha o apoio de líderes religiosos e pessoas brancas de outros estados, que se juntam aos ativistas negros.
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No âmbito institucional, é retratada a audiência com os militantes que foram vítimas de violência para conseguirem uma liminar para poderem realizar a outra marcha até Montgomery, e também a decisão do presidente Johnson de decretar lei federal para eliminar as restrições e negações ao voto da população preta. Por meio dessas conquistas, é realizada a terceira e triunfante marcha que conta com um discurso marcante de Martin Luther King.