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“Mulan”: a história de todas as mulheres

Estefani Panaino

A animação dedicada àquelas que salvam uma China por dia

 

Tem se tornado cada vez mais comum animações em que mulheres são as personagens que salvam o dia. Entretanto, os anos 1990 deram ao universo dos desenhos animados uma pérola do empoderamento feminino: “Mulan”, inspirado na lenda chinesa do séc. VI, “A balada de Mulan”. A guerreira lendária oriental deu origem à heroína do filme de 1998, que faz parte do desenvolvimento de crianças de todo o mundo.


China e Hunos entram em guerra, os homens são convocados ao exército chinês, porém, para a família Fa a situação não é tão simples. O único familiar de Mulan que pode lutar é seu pai, um ex-soldado, mas que já tem a idade avançada. A garota, portanto, se oferece para substituí-lo na batalha. Sua coragem e disposição não fez seu ato ser admirado, pelo contrário, por ser mulher, teve a proposta ignorada pela tropa e por seus pais.


Mulan e seus companheiros, Mushu e Gri-li. Foto: Reprodução/Mirror

Persistente, foge de casa, leva consigo a antiga armadura de seu pai e une-se ao exército. A animação revela um lado cômico ao retratar a adaptação de Mulan no “universo dos homens”. Os comportamentos entendidos como masculinos são satirizados, e podemos compreender uma crítica em relação a atitudes naturalizadas que denotam violência e desorganização.


Não familiarizada com os tipos de exercício da tropa, Mulan, que agora passa a responder por “Ping”, seu nome masculino, enfrenta dificuldades para acompanhar a equipe. Mas nada desestimula a guerreira, ela começa a dedicar-se ao máximo nos treinamentos e supera os companheiros, além de desenvolver noções de estratégia de guerra.

Representação de Hua Mulan, guerreira da lenda "A balada de Mulan". Foto: Reprodução/Blog Rainhas Trágicas, de Renato Drummond Tapioca Neto

Tudo corria bem, Mulan salva bravamente o exército chinês de um dos confrontos com os Hunos, mas um ferimento faz com que sua identidade seja revelada. Foi o suficiente para que todos os seus esforços fossem apagados, ela é humilhada pelo comandante e principalmente pelo conselheiro, que a xinga de “víbora traiçoeira”. De forma unânime concordam que a garota é uma desonra para o país e deve imediatamente sair da corporação. A cena provoca um sentimento de injustiça e ódio em quem assiste ao filme.


Mulan age por todas as mulheres, que também foram ofendidas pelos soldados e superiores. Ela não segue as ordens daqueles homens e vai procurar o exército novamente, que canta vitória pensando que a guerra havia acabado na última batalha, vide a que a garota protagonizou e deteve os Hunos de destruírem a tropa chinesa.

Os Hunos se aproximam novamente, mas felizmente Mulan já está pronta para outro conflito. Ela derrota definitivamente os inimigos e só então é reconhecida. Os companheiros do exército redimem-se com a heroína da China e a garota recebe a proposta de substituir o conselheiro imperial.


“Mulan” narra um conflito antigo histórico entre nações, mas representa o cotidiano das mulheres. São elas que precisam do triplo do esforço que eles fazem para serem respeitadas. O filme reflete a batalha diária delas para livrarem-se de rótulos que as chamam de fracas. Por fim, a heroína espelha mulheres que salvam uma China por dia em busca de reconhecimento.


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