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“Atlanta” e a representatividade negra

Fabiana Farias

Produção norte-americana de Donald Glover que vai além de uma simples comédia

 

Criada e protagonizada pelo ator e músico Donald Glover, também conhecido como Childish Gambino, seu nome artístico no universo musical, para o canal FX, “Atlanta” é uma das poucas produções com todos os roteiristas negros, e é focada na realidade da população negra. A comédia dramática aborda racismo de forma sutil, discutindo a falta de oportunidades enfrentadas por essa população. Músicas, sonhos e dúvidas sobre qual caminho trilhar são outras temáticas da série.


Ambientada em Atlanta, capital da Geórgia, região que possui uma história marcada pela luta dos negros por seus direitos civis. A narrativa gira em torno do rapper Paper Boi (Bryan Tyree Henry), que sempre se envolve em confusões. Seu primo Earn Marks (Donald Glover), que deixou a faculdade de Princeton e agora precisa de um emprego para sustentar a filha, é quem irá agenciá-lo em sua carreira musical, pois pretende seguir os passos do músico.


Earn e Paper Boi. Foto: Reprodução/Stereogum


É mostrado de um jeito cômico, o passo a passo de como é construída uma carreira no mundo artístico. A narrativa tenta ir além e não mostra apenas o glamour do rap, nota-se o esforço de Earn para cumprir sua função de agenciar o primo, correndo atrás para marcar entrevistas e ir em rádios para divulgar o trabalho de Paper Boi. Toda a trilha sonora da série é composta em sua maior parte por ritmos como rap, funk, soul e é produzida apenas por artistas negros.


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Diversas críticas e ironias são feitas ao decorrer da trama sobre violência que negros sofrem diariamente na sociedade norte-americana e a maneira como a força policial trata a comunidade negra. Glover, que dirige a série, busca trazer temáticas sociais para suas produções, recentemente lançou o clipe musical “This is America”, que viralizou no mundo, também faz diversas referências sobre a discriminação racial e abuso de poder policial.


Nota-se muitas diferenças no humor que a série aborda, comparado aos tradicionais seriados, repletos de estereótipos raciais. Em Atlanta, é feito um humor nonsense que foge da lógica. Os personagens são bem construídos e complexos, são mostradas suas angústias e alegrias o que deixa a narrativa mais interessante e longe dos clichês, fazendo o telespectador ter reflexões sobre a sociedade.

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