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IZA, com letras maiúsculas!

Vinícius Barboza

A relevância e empoderamento do fenômeno da música nacional

 

Nascida na Olaria, periferia da zona norte do Rio, publicitária, dona de um talento ímpar e uma voz forte, IZA largou o emprego para se dedicar à arte de cantar. Graças ao apoio de sua família, pôde investir na carreira, que hoje decola rumo ao sucesso nacional após o lançamento do single “Pesadão”, em outubro do ano passado. Assistido mais de 100 milhões de vezes no YouTube, o clipe da música teve a colaboração de Marcelo Falcão, vocalista da banda “O Rappa”.


A cantora IZA. Foto por Gabryel Sampaio, via Instagram oficial da artista

“Pesadão” incentiva a luta diária de minorias sociais por reconhecimento e motiva os que passam por adversidades. “‘Pesadão’ fala sobre a superação, é uma voz de representatividade, de empoderamento, levantando questões de quebra de padrões”, disse a cantora à Revista Capricho.


O “bonde pesadão”, citado na canção, busca ressaltar a união da população preta no combate aos preconceitos que há séculos a persegue. Sua letra e clipe exaltam também o gesto do punho cerrado levantado para o alto, que se tornou símbolo máximo do movimento negro norte-americano nos anos 1960 e carrega significados como a luta pela vida e liberdade.


Capa do single “Pesadão”, lançado no final de 2017. Foto: Reprodução/POPline

IZA, que começou a cantar em igrejas aos 14 anos, conta em um vídeo publicado em seu próprio canal no YouTube que duvidou de sua capacidade ou que poderia alcançar a fama que tem hoje, mesmo dotada de enorme talento. “Nunca pensei que eu poderia fazer isso profissionalmente, por insegurança e não saber se eu era boa o suficiente.”


O papel social que a artista cumpre hoje, faz dela um ícone do cenário musical brasileiro. Inspira-se majoritariamente em cantores pretos, como Beyoncé, Stevie Wonder, Liniker, Elza Soares e Emicida, e relata no mesmo vídeo que na infância não via muitos negros na TV. “Esse é o nosso momento. Nunca tivemos tanto poder de influência quanto agora. Todos os artistas negros que estão aí precisam se empoderar e levantar essa bandeira.”



Além da representatividade, IZA sabe que hoje é um espelho para muitas meninas negras que, assim como ela, não aceitavam sua beleza natural. “Eu sou negra, sou mulher, sou da periferia. Foi tão bom esse “boom” da internet, das meninas crespas se assumirem crespas e acho lindo quando elas vêm falar que estão passando por essa transição por minha causa”, disse a cantora em entrevista ao Gshow.


Também ligada à moda, IZA se inspira em nomes como Grace Jones, Naomi Campbell e Lupita Nyong’o para exaltar a autoaceitação e estética negra. A cantora relata ao jornal O Globo que por muito tempo alisou seus cabelos para se adequar a meros padrões: “Alisei os meus fios até os 19 por pura convenção social. Achava que aquela estética era mais aceitável do que o cabelo afro. Olha o que a sociedade faz com a gente!”.


A artista esbanjando empoderamento. Foto por Rogerio Pallatta, via Contigo!


No final do último março, a artista lançou seu mais novo single, “Ginga”, em parceria com Rincon Sapiência, com um clipe que exalta elementos da ancestralidade negra. A rápida ascensão de IZA no mundo da música demonstra o enorme talento que possui. O reconhecimento que ganha dos fãs, eleva sua importância, por estar inserida em um momento de maior representatividade negra em cima dos palcos.

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