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Origem das drag queens

Caroline Almeida

A importância do cenário drag na luta pelos direitos LGBTQ+

 

Mundialmente conhecidas e consagradas nos palcos e programas de televisão, as drag queens carregam uma história que vai além de personificar trejeitos e usar roupas femininas, trata-se de expressão artística e resistência. Apesar de terem forte influência no meio artístico, ainda são alvo de discriminação.


O conceito de “ser drag queen" não é definido pela sexualidade, mas sim por uma apresentação performada por um artista, que não é necessariamente gay, bissexual, travesti ou trans. Não pautado pelo gênero, é uma forma de arte em que homens se expressam por meio da criação de uma “personagem”.

Festa Priscilla na casa Blue Space. Foto: Celso Tavares. Reprodução/G1

O início dessa arte performática ocorreu com o nascimento do teatro na Grécia Antiga, em que papéis femininos eram interpretados por homens, já que mulheres eram proibidas de serem atrizes. Ao longo do tempo, mulheres começaram a ocupar os palcos, deixando de ser necessário que homens se transvestissem.


Para não perderem espaço no meio artístico, começaram a fazer apresentações especiais em clubes frequentados pelo público gay afeminado que sofria preconceito, usando da interpretação de gênero como expressão, adicionando maquiagem e roupas extravagantes, como uma espécie de personagem da alta sociedade.


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Com a chegada da cultura pop nos anos 1960, o teatro passou a focar em musicais e essas artistas performáticas foram perdendo seu espaço. Porém, neste mesmo período, a população LGBTQ+ começou a ser melhor inserida na sociedade, e locais como bares gays abriram, onde drag queens reergueram-se. Entre as décadas de 1970 e 1980, elas foram símbolo na luta pelos direitos da comunidade.


Em 1990, Hollywood passou a apreciar novamente esta forma de arte, levando-a ao grande público, período fundamental para as paradas gays, que as drags mundialmente auxiliaram a popularizar. Nos anos 2000, ganharam destaque e título de artistas pop, assumindo programas de televisão, momento do surgimento da RuPaul, que ficou conhecida como a “drag superstar”, que levava uma carreira de modelo, cantora e apresentadora.

Márcia Pantera, uma das primeiras drags brasileiras. Foto: Reprodução/InDRAG

A atuação drag no Brasil acompanhou o ritmo do mundo, São Paulo, em especial, ficou marcado como o “centro da cena drag brasileira”, abrigando boates especiais para produzir show das artistas. A casa “Blue Space”, localizada na Barra funda, é exemplo desse marco, desde 2014 produz festas e eventos que traz a presença de drag queens nacionais e internacionais, abrangendo uma plateia cada vez maior e plural.


Antes do boom do programa de TV norte-americano da RuPaul, que serviu de inspiração para que outras drags começassem a fazer suas primeiras aparições, a drag queen brasileira Márcia Pantera já se apresentava, hoje tem 30 anos de carreira e traz seu estilo próprio em conjunto a moda. O cenário drag queen nacional ainda é inviabilizado, contudo, atualmente artistas como a cantora Pabllo Vittar vêm sendo exemplos de incentivo para a nova geração.


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