Colorindo ideias
Um olhar humanizado diante as câmeras da mídia independente
Fruto da idealização dos produtores audiovisuais Rodrigo Pépe e Francisco Samudio, “Pense Colorido” é um coletivo de produção audiovisual independente, que visa abordar temas de maneira mais leve e humanizada, com produções curtas e documentais, dando voz a universos que são invisibilizados.
O projeto que nasceu de uma vontade antiga de produzir conteúdos audiovisuais, teve sua estreia em 16 de março de 2018, com o vídeo “Marielle é semente”, que foi produzido em meio ao calor das manifestações do dia 15. Rodrigo comenta sobre o acontecimento, “a gente sentiu que foi dali que surgiu o nosso estímulo de produzir conteúdos independentes, porque percebemos que tínhamos perdido uma voz muito importante, não só para a comunidade LGBT, mas para nível nacional de direitos humanos”
Dentro do processo de produção, o coletivo conta com a participação do jornalista Marcelo Hailer Sanchez, a produtora audiovisual Flávia Mazaro e o internacionalista Federico Fornazieri, fora colaboradores. A equipe filtra as pautas por dois tipos: a factuais que precisam de uma cobertura instantânea, como fizeram na “III Feira Nacional da Reforma Agrária”, e os especiais, que tem uma elaboração mais detalhada.
Bastidores da gravação da “III Feira Nacional da Reforma Agrária”. Foto: Pense Colorido
O “Pense Colorido” realizou em junho, no mês do Orgulho LGBT, uma série especial, que aborda as vivências de cada população, que é representada pelas siglas da comunidade. A ideia de dividir as letras, possibilitou o aprofundamento das particularidades de cada população, dando voz a cada universo. Rodrigo fala do desejo de fazer esse especial, “sempre quisemos abordar de maneira separada, indo pesquisar descobrimos outras siglas, que existem diferenciações, então a gente percebe que a informação é muito escassa sobre o tema”.
Diante de um público misto, os conteúdos são criados minuciosamente, para que sejam impactantes, levando temas que são pauta de um determinado grupo. Com as informações dispostas de uma forma didática e simples, proporcionam reflexões a quem ainda tem alguns preconceitos embutido. O projeto possibilita um feedback entre as pessoas que participam dos vídeos e os produtores.
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O coletivo vem abrindo as portas para temas que a grande mídia trata de forma rasa, além de ser uma oportunidade para o contato com outros conhecimentos. Francisco comenta como tem sido a sua experiência, “a cada pauta que a gente faz, para nós também é enriquecedor, muitas vezes não sabemos sobre o assunto, e vamos atrás de mais informação, cada vídeo é um aprendizado”.
O resultado de cinco meses de trabalho tem gerado motivação para continuar caminhando como projeto independente. O crescimento gradativo, não desanima os idealizados, que tem planos futuros e uma vontade cada vez maior de impactar e alcançar mais pessoas, e continuar colorindo pensamentos em busca de uma sociedade sem preconceito.