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Protetora LGBT

Estefani Panaino

Legado e luta de Brenda Lee pelos LGBTs e soropositivos, e projetos de acolhimento à comunidade

 

Em homenagem ao Dia Nacional da Visibilidade Trans, Brenda Lee tornou-se o tema da barra de pesquisa do Google da última terça-feira. A escolha da transexual pernambucana para celebrar a data deve-se a sua atuação na luta dos direitos da comunidade LGBT e pioneirismo no combate a Aids.


Alguns anos depois de se mudar para São Paulo, Brenda alugou uma residência de quatro andares, onde passou a morar, abrigar LGBTs e dar assistência a pessoas soropositivo. A Casa de Apoio Brenda Lee, ou Palácio das Princesas, como era popularmente conhecida, foi inaugurada em 1985, período em que pouco se conhecia sobre o vírus HIV e a doença era associada aos gays. Em 1992, a Casa otimizou o auxílio aos residentes com Aids ao se filiar ao Hospital Emílio Ribas.


Residente trans soropositivo e enfermeira no Palácio das Princesas, à direita, Brenda Lee. Foto: Julio Pereira. Reprodução/Huffpost


O Palácio das Princesas deixou de funcionar quando Brenda foi assassinada, em 1996. Seu corpo foi encontrado dentro de uma Kombi, ela havia sido baleada no peito e cabeça, próximo a região da boca. A Casa passou a oferecer cursos a partir de 2011, e foi reaberta em 2016, ano marcado por ações e eventos de combate a Aids.


Hoje a Casa, que é preparada para receber 25 usuárias, segue dando assistência médica, domiciliar e social aos LGBTs e soropositivo. Segundo o site da organização, mais da metade dos domiciliados estão participando do projeto Transcidadania, cujo objetivo é integrar essa população à sociedade. Por meio dessa iniciativa, possuem a oportunidade de retomar os estudos. O diretor da Casa, Thiago Aranha, fala em autonomia, liberdade e segurança para se referir à missão da instituição.


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Em São Paulo, há outra organização similar a Casa de Apoio Brenda Lee. A Casa 1 possui três endereços para desenvolver atividades diferentes: a República da Acolhida, em que 20 vagas dão um teto para LGBTs expulsos de casa; o Galpão, onde são realizadas formações e extensões de outros projetos da iniciativa; e o Sobrado, que além de possuir mais espaço para residência, também conta com uma biblioteca que abriga o acervo e sedia algumas programações.


Genocídio da população trans


Assassinatos brutais como o de Brenda seguem acontecendo, de acordo com Dossiê dos Assassinatos e Violência 2018 produzido pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) em parceria com o Instituto Brasileiro Trans de Educação, 163 trans foram assassinadas no Brasil apenas no ano passado.


Entre os casos de transfobia do primeiro mês de 2019, ganhou destaque o assassinato de Kelly, em Campinas. A vítima tinha cortes no corpo e havia levado facadas na cabeça e pescoço, depois de morta teve seu coração e parte do pulmão arrancados.


Segundo a Antra, 80% das mortes de transgêneros há evidências de requintes de crueldade. A pesquisa também fornece informações como o principal perfil das trans assassinadas, são elas mulheres, jovens e negras.

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